O ano era 2016. Minha melhor amiga estava morando na Austrália havia alguns meses. Foi o fim do melhor trabalho que já tive — e o início de uma jornada de 40 dias pela Austrália, Tailândia e Indonésia.
Embarquei rumo à Oceania no dia 26 de dezembro de 2016. São José do Rio Preto-São Paulo-Joanesburgo-Perth-Brisbane-Gold Coast. Três países, três conexões, um ônibus, um carro. Dois dias inteiros sem tomar banho, dormir direito ou comer decentemente. Ao chegar: o paraíso.
A Austrália é mesmo tudo aquilo que dizem: ordem, beleza, segurança, bem-estar. A primeira cidade que conheci foi Gold Coast, na costa leste do país. Famosa por suas longas praias de areia e pontos de surfe. Todo mundo parecia bronzeado, com cabelos claros. Um destino que realmente entrega tudo no verão.
Era quase Ano Novo de 2017, então seguimos para Whitsunday, uma ilha australiana conhecida pela sua beleza natural e pelo acesso à Grande Barreira de Coral. Foi a primeira vez que tive contato direto com a real preservação da natureza. Tudo era extremamente regrado e restrito. Os corais são um show à parte.
O ruim de passar a virada do ano fora do Brasil é que os gringos não sabem comemorar, né? Vestidas de branco (sempre), fomos a uma festa local. Meia-noite e o lugar já estava vazio. Obviamente encontramos uns brasileiros. Quando fomos à praia pular sete ondas, um guarda se aproximou porque achou que íamos entrar no mar à noite, rs. Era apenas pedidos para Iemanjá.
Partimos para Melbourne. Uma cidade que eu pouco conhecia, mas que me encantou de primeira. Melbourne recebe os grandes eventos internacionais do país — Grande Prêmio da Austrália de Fórmula 1, Australian Open de tênis, além de festivais de cinema, teatro e música. Tudo parecia colorido.
Seguimos viagem rumo aos Doze Apóstolos, uma coleção de pilhas de calcário, ou seja, rochas gigantes no meio de uma praia deserta. Que visual incrível! Passamos por um parque nacional onde foi possível conhecer o Nemo e a Dory. Sim, os personagens do filme! Também vi coalas e cangurus. Tudo conforme o esperado.
Então chegamos na minha favorita: Sydney. Uma metrópole vibrante. Opera House, Harbour Bridge, prédios altos, centro financeiro, tudo acontecendo ao mesmo tempo. Por outro lado, basta um trem e você chega à praia. É a junção do melhor que a Austrália tem a oferecer: qualidade de vida.
Voltamos à Gold Coast, nossa base na Austrália. Fomos curtir a noite praiana, muitos jovens, milhares de imigrantes. Diversos brasileiros, colombianos, europeus. A cidade respirava liberdade. Eles são famosos pelos “Schoolies”, o spring break australiano.
Depois da Julia (minha amiga) ter perdido o passaporte brasileiro, fomos buscá-lo na incrível Byron Bay. Sim, alguém achou o passaporte, devolveu e a polícia entrou em contato. Coisas que só acontecem na Austrália.
Por fim, ainda conhecemos Darwin. Uma cidade praiana, mas onde não se pode nadar: as praias são tomadas por crocodilos. Sim, os crocodilos gigantes australianos são reais — e assustadores.
A Austrália me apresentou a vida possível. Um lugar onde tudo parecia funcionar, as pessoas pareciam felizes. Mas será que o país é mesmo assim? Ou era apenas o meu olhar encantado, recém-liberto de São Paulo?
Espero revê-la em breve para tirar essa dúvida, Austrália.
Com amor,
Feminista Por Aí